quinta-feira, 26 de março de 2015

Os marsupiais

Os marsupiais (latim científico: Marsupialia) constituem uma infraclasse de mamíferos, cuja principal diferença com os placentários, é a presença, na fêmea, de uma bolsa abdominal, conhecida como marsúpio (do latim marsupium, do qual o nome da infraclasse deriva), onde se processa grande parte do desenvolvimento dos filhotes. Outras diferenças morfológicas, principalmente reprodutivas, entre elas a presença de duas vaginas na fêmea, e um pênisbifurcado nos machos, estão presentes.
Os marsupiais não são antepassados dos placentários. Ambos os grupos surgiram noCretáceo e desde então competem pelos mesmos nichos ecológicos. Atualmente vivem na região Australiana e nas Américas cerca de 320 espécies de marsupiais, que correspondem por aproximadamente 6% de todas as espécies de mamíferos.
Taxonomicamente, o termo Metatheria, proposto por Huxley em 1880, é considerado sinônimo do táxon Marsupialia, proposto por Illiger em 1811 (McKenna e Bell 1997). Entretanto, alguns autores consideram o termo Metatheria mais abrangente, por incluir muitos dos marsupiais primitivos.

Características
A caixa craniana é pequena e estreita. Abrigando um cérebro relativamente pequeno e simples se comparado àqueles de mamíferos placentários de tamanho similar. O palato é geralmente frenestrado, isto é, contém aberturas em sua superfície óssea. Os marsupiais, caracteristicamente, possuem um ângulo inflectado ao osso dentário, ausente nos eutérios, e seus ossos nasais sobrepõem os ossos frontais com uma forma de diamante, em contraste à forma retangular dos nasais dos eutérios. A abertura do canal lacrimal é ligeiramente anterior à órbita. Usualmente não possuem a bula auditiva, ou podem possuí-la de forma rudimentar, formada a partir de um osso diferente do dos eutérios.
Os marsupiais também diferem dos placentários em sua fórmula dentária. Mesmo entre os marsupiais a fórmula dentária varia consideravelmente, mas basicamente o número deincisivos na maxila superior é diferente do número presente na maxila inferior, exceto na famíliaVombatidae. O número máximo de incisivos (vistos em várias famílias) é 5/4 em contraste ao 3/3 dos eutérios. O número de pré-molares e dos molares difere também entre os grupos (3/3 e 4/4 nos marsupiais, 4/4 e 3/3 em placentários). O padrão de reposição dos dentes de leite para os permanentes também apresenta ligeira diferença.
O esqueleto pós-craniano dos marsupiais pode ser distinguido dos esqueletos de eutérios, primariamente, por meio dos ossos epipúbicos, os quais são projetados para frente a partir do púbis. Acreditava-se, que os ossos epipúbicos, eram uma característica única para a sustentação da bolsa (marsúpio); mas sabe-se atualmente que eles são um traço primitivo dos mamíferos, retido até mesmo em alguns poucos eutérios primitivos (Novacek et al., 1998). A presença desses ossos epipúbicos é compartilhada com os monotremados.

A ordem Insectivora (do latim: insectum, inseto + vorare, comer) é uma ordem de mamíferos placentários obsoleta, e não mais utilizada nos sistemas de classificação modernos. Em sua história abrigou diversos grupos de animais, como as toupeiras, os musaranhos, osmusaranhos-elefantes, os musaranhos-arborícolas, os tenrecos, as toupeiras-douradas e oslêmures-voadores, além de diversas formas fósseis. Geralmente era constituída por mamíferosprimitivos, de tamanho pequeno e de hábitos insetívoros.
Inicialmente a ordem Insectivora era constituída de nove famílias recentes. Em 1866, Haeckel propôs a divisão da ordem em duas subordens baseado no ceco, Menotyphla para insetívoros com ceco (lêmures-voadores, musaranhos-elefantes e musaranhos-arborícolas), eLipotyphla, para insetívoros sem o ceco (toupeiras-douradas, tenrecos, toupeiras,musaranhos, ouriços e solenodontes). Em 1885, Leche, removeu os lêmures-voadores e os posicionou junto aos primatas (só em 1945, Simpson os colocaria em uma ordem própria).
Butler, em 1956, elevou os musaranhos-arborícolas a uma ordem própria, a Scandentia; e, em1972, os musaranhos-elefantes à ordem Macroscelidea. A ordem Insectivora passava então, a conter apenas o grupo Lipotyphla. E, em 1988, Butler elevou à ordem o táxon Lipotyphla (sinonimizando-o ao Insectivora).
Em 1997, McKenna e Bell, elevam o termo Lipotyphla (sinônimo de Insectivora) a superordem, englobando três ordens: Chrysochloroidea, Erinaceomorpha e Soricomorpha. Em 1998, Stanhope et al., comprovam a polifilia do grupo, agrupando os tenrecos e toupeira-douradas numa nova ordem, a Afrosoricida, e num novo grupo, o Afrotheria. Em 1999, Waddell, Okada e Hasegawa, agrupam o restante dos Lipotyphla, numa nova ordem, a Eulipotyphla. Estudos posteriores, dividiram a nova ordem, em duas, Erinaceomorpha e Soricomorpha.
O nome Chiroptera origina-se de Chiro = mão e Ptero = asa, isto é, animais com a mão transformada em asa. É a segunda ordem em número de espécies, com cerca de 987 formas já conhecidas, cujo o número só é superada pela Ordem Rodentia, dos roedores, onde se incluem os ratos, esquilos, cutias, etc.
São os únicos mamíferos com capacidade real de vôo, propiciada pela membrana que une 4 dos 5 dedos do membro anterior, formando a asa. Outras espécies, como o esquilo-voador, apenas planam, após saltar de lugares altos.
Os morcegos ocorrem em todos os continentes, só não sendo encontrados nos pólos. São em geral pequenos, na grande maioria não excedendo 100 gramas de peso.
Apresentam hábitos crepusculares e noturnos e parte significativa das espécies orienta-se pela ecolocalização, emitindo sons de alta freqüência, inaudíveis ao homem, que ao esbarrar em algum objeto, retornam sob a forma de eco.

De acordo com a alimentação, podemos classificar os morcegos da seguinte maneira:
Onívoros - utilizam vários dos itens citados abaixo em suas dietas.
Frugívoros - comem os mais variados frutos, como mangas, bananas, amêndoas, figos, mamões, goiabas e principalmente frutos selvagens, como os gêneros Piper, Solanum, Cecropia (embaúba) etc. É muito comum vê-los em cidades, se alimentando em mangueiras e amendoeiras. São importantíssimos para as florestas tropicais, porque ao pegarem os frutos para comer, levam sementes para longe da planta-mãe, ajudando em sua dispersão e, conseqüentemente, na regeneração de áreas desmatadas.
Nectarívoros/polinívoros - são morcegos que, como os beija-flores (aves) se alimentam do néctar e do pólen produzidos por muitas flores, como o maracujá-de-restinga e o ipê, entre outras. Às vezes, estes morcegos podem ser vistos bebendo água com açúcar colocada em bebedouros de pássaros.
Folívoros - consomem folhas de diversas plantas, para complementarem suas dietas.
Insetívoros - alimentam-se de insetos, incluindo mosquitos, besouros, gafanhotos e mariposas. Por isso, têm importante papel no controle de algumas pragas agrícolas.
Carnívoros - caçam pequenos animais vertebrados, como ratos, pássaros, lagartos e até outros morcegos.
Piscívoros - comem pequenos peixes, como sardinhas e barrigudinhos.
Ranívoros - comem rãs, mas nenhuma espécie de morcegos alimenta-se exclusivamente de anfíbios. Um gênero que sabe-se ter esse hábito é o Trachops (Phyllostomidae), que também pode utilizar outros alimentos.
Hematófagos - são os famosos morcegos-vampiros. Eles se alimentam exclusivamente de sangue de vertebrados, sendo os únicos cordados (filo Chordata) a terem essa especialização. Há apenas três espécies no Mundo, que ocorrem apenas nas Américas. Duas atacam aves (Diphylla ecaudata e Diaemus youngii) e uma ataca aves e mamíferos (Desmodus rotundus).

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