sexta-feira, 20 de março de 2015

Patrimônio arqueológico e paleontológico de alagoas







Quem foram os primeiros habitantes da região alagoana? Como eles viviam e se expressavam? Que outros grupos viveram nessa região antes da chegada dos europeus? Como foram os primeiros contatos entre os habitantes nativos da América e os europeus? Como se relacionaram portugueses, espanhóis, franceses e holandeses? Os quilombos, onde existiram e como eram? Como era a vida numa vila colonial? Essas são apenas algumas das questões sobre a história de Alagoas com as quais se preocupam os estudos arqueológicos.
Pouco sabemos sobre esses antigos habitantes do Baixo São Francisco. Gabriela Martins (1997) propõe que pequenos grupos caçador-coletores de grande mobilidade teriam vindo desde o planalto goiano ou do Piauí e passaram a viver no vale do São Francisco há aproximadamente 10 mil anos. É bastante provável que, através do leito do rio, esses mesmos grupos logo tenham alcançado sua foz. Habitavam nos abrigos sob-rocha comuns na região, viviam da pesca e da caça e produziam seus artefatos. Aqueles feitos de pedra e cerâmica são ainda hoje preservados sob o solo e constituem importantes fontes para os estudos arqueológicos. É muito provável que grupos Aratu e tupi-guarani tenham disputado seus domínios nesta região por volta do ano mil da Era Cristã, quando os tupis-guaranis chegaram a este litoral. Uma das principais Características dos Tupis-guaranis era serem exímios canoeiros, e por isso geralmente preferiam viver perto do mar ou de grandes rios. Mais ou menos no ano 1.300 depois de Cristo (DC), eles já eram soberanos no litoral, onde se encontram a maioria dos vestígios arqueológicos de sua ocupação.
Os grafismos rupestres em Alagoas foram reproduzidos pela primeira vez na década de 1860, em viagem que Moreira Barros, o então presidente da província, fez ao Sertão. Na ocasião, acompanhava-o o engenheiro Carl Krauss, que desenhou algumas das pinturas e gravuras encontradas. Os desenhos originais estão perdidos, mas, naquela mesma década do século XIX, o aventureiro inglês Richard Burton viajou pelo rio São Francisco e, também notando a presença de inscrições rupestres em várias de suas margens, reproduziu os esboços de Krauss em sua obra.
Há muitos paredões de rocha nos quais estão pintadas figuras que imediatamente lembram um humano, um animal ou uma planta. Essas pinturas são grafadas como se estivessem estáticas, como uma Mona Lisa que posa para o pintor. Também conhecidas como ‘grafismos de composição’, são bastante abundantes em Alagoas. Um exemplo delas está no sítio Abrigo Nova Esperança, localizado no município de Olho d’Água do Casado. Mais abundantes são as representações dos chamados “grafismos puros”. Em geral, esses elementos rupestres são tudo aquilo que não nos leva a imaginar diretamente uma figura, o que não significa, no entanto, que o seu pintor ou escultor não estivesse querendo representar um ser vivo, um objeto ou um astro. Em Alagoas, os principais sítios paleontológicos estão concentrados principalmente na região semiárida, onde os fósseis são encontrados em depósitos chamados de ”Tanques”. Tanques são depressões, na maioria das vezes de forma ocelar, ovalada ou circular, encontradas nas rochas do embasamento cristalino, preenchidas por sedimentos, podendo conter em seu interior restos de mamíferos pleistocênicos. Fosseis de outros animais da megafauna pleistocênica também foram encontrados no território de Alagoas.




Referências: Patrimônio arqueológico e paleontológico de alagoas

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